Muitos trabalhadores têm dúvidas sobre o cálculo de férias e abono pecuniário. Você sabe exatamente quanto deve receber? Além disso, entende como funciona a “venda” de 10 dias?
Essa confusão, infelizmente, é comum e, como resultado, pode custar seu dinheiro e seu descanso.
Por isso, criamos este guia completo. Vamos explicar, de forma simples, tudo sobre o cálculo de férias, o abono (venda) e, inclusive, como agir se seus direitos não forem respeitados.
O que a lei diz sobre o seu direito a férias?
Em primeiro lugar, o direito a férias está na Constituição e é detalhado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A regra é clara: após 12 meses de trabalho (o “período aquisitivo”), você conquista o direito a 30 dias de descanso remunerado.
No entanto, a empresa tem os 12 meses seguintes (o “período concessivo”) para definir quando você irá tirar essas férias. Embora a empresa decida a data final, ela é obrigada a avisar você, por escrito, com pelo menos 30 dias de antecedência.
Como funciona o Cálculo de Férias?
O cálculo das férias é, sem dúvida, um dos momentos que gera mais dúvidas.
Basicamente, a empresa deve pagar seu salário normal acrescido de um valor extra, o famoso “terço constitucional”.
Vamos usar um exemplo simples:
- Seu salário bruto: R$ 3.000,00
- Cálculo do Terço (1/3): R$ 3.000,00 / 3 = R$ 1.000,00
- Total Bruto das Férias: R$ 3.000,00 + R$ 1.000,00 = R$ 4.000,00
Portanto, você receberá R$ 4.000,00 brutos. Além disso, desse valor, a empresa ainda aplicará os descontos no salário referentes ao INSS e ao Imposto de Renda.
Atenção: A empresa deve pagar esse valor total (salário + 1/3) até dois dias antes do início do seu descanso.
Entendendo o Cálculo de Férias Abono (Venda)
O “abono pecuniário” é o nome técnico para o que conhecemos como “vender férias”. Este é, certamente, o ponto central do cálculo de férias abono.
A lei permite que você venda, se quiser, até 1/3 dos seus dias de férias. Em outras palavras, em um período de 30 dias, você pode vender 10 dias.
O ponto mais importante sobre isso é: a decisão de vender é do trabalhador. A empresa, contudo, não pode obrigar você a vender suas férias.
Se você optar por vender, então, funciona assim:
- Você descansa 20 dias (recebendo por eles com o 1/3 constitucional).
- Você trabalha os 10 dias que vendeu.
- Você recebe o pagamento normal por esses 10 dias trabalhados, além do valor das férias.
Meu chefe negou minhas férias. E agora?
Aqui, no entanto, entramos em um terreno delicado. Como vimos, a empresa define a data final, mas ela não pode simplesmente negar o seu direito ao descanso.
Consequentemente, o maior problema ocorre quando a empresa deixa passar o “período concessivo” (aqueles 12 meses que ela tem para lhe dar as férias).
Se isso acontecer, a lei estabelece uma penalidade severa: a empresa deverá pagar suas férias em dobro. Isso mesmo, você receberá o valor das férias (com 1/3) duas vezes, como punição à empresa por não cumprir o prazo.
Portanto, se a empresa impede você de descansar, mesmo após pedir, ou se seu período concessivo está estourando, é fundamental documentar todas as solicitações por e-mail ou mensagens.
Dúvidas Comuns sobre Cálculo de Férias e Abono
Posso dividir as férias?
Sim. De fato, desde a Reforma Trabalhista, você e a empresa podem negociar o fracionamento das férias em até três períodos.
No entanto, existem regras:
- Um dos períodos deve ter, no mínimo, 14 dias corridos.
- Enquanto os outros períodos não podem ser menores que 5 dias corridos cada.
Fui demitido. Perco minhas férias?
De jeito nenhum. Pelo contrário, se a empresa demitir você sem justa causa, você tem direito a receber por todas as férias vencidas (que já tinha o direito de tirar, mas não tirou) e também pelas férias proporcionais.
Assim, as férias proporcionais são o pagamento referente aos meses que você trabalhou no último “período aquisitivo” incompleto. Este é um dos seus direitos essenciais na rescisão. Se você foi demitido com férias vencidas, o valor dobra. Simule o total da sua saída na nossa calculadora de rescisão.
Seus Direitos de Férias Foram Respeitados?
As férias são um direito fundamental para sua saúde física e mental. Certamente, esperamos que este guia sobre o cálculo de férias abono tenha esclarecido os pontos principais.
Infelizmente, muitas empresas cometem erros nos cálculos, pagam o valor fora do prazo ou pressionam o funcionário a vender dias contra sua vontade.
Sendo assim, se você acha que seu pagamento veio errado, se o patrão se recusa a agendar seu descanso ou se a empresa forçou você a algo, então, você pode precisar de ajuda especializada. Não deixe seu direito de lado. Desse modo, para analisar seu caso específico e garantir que tudo está correto, entre em contato conosco agora mesmo. Nossa equipe está pronta para avaliar sua situação.



